EM BRASÍLIA

Dia 17/1/2018, quarta - de BARRA DO GARÇAS/MT a BRASÍLIA/DF - 610 km hoje. Total de 11.318 km rodados desde Brasília (sendo 4807 no Brasil, 2160 na Argentina e 2349 no Chile e 2002 km no Peru)


(por Flávio Faria)

1) Uuuuhhhh... chegamos em casa por volta das 15h30. Totalizamos 11.318 km de viagem, passando por 8 Estados brasileiros e 3 países estrangeiros (Argentina, Chile e Peru).

2) Confesso que desde Rio Branco foi dureza! Volta é volta, não tem os mesmos prazeres do caminho de ida... das descobertas e dos encantos do "novo". Pilotar o dia inteiro e só relaxar à noitinha. Dormir cedo, acordar cedo e pilotar novamente mais outro dia inteiro. Chuva em todos os dias (menos hoje), estradas muito ruins até o Mato Grosso. Quatro dias nesse batidão foi cansativo, mas tivemos bons momentos de lazer nas nossa paradas noturnas. Ficamos encantados com Rio Branco, Ariquemes, Cáceres e Barra do Garças.

3) Hoje ainda tivemos a emoção de pilotar em estradas de terra já em Goiás, pertinho de casa. Identificamos um caminho mais curto pelo Googlemaps (que não estava no GPS) e fomos por ele. Embora fosse uma BR, tivemos a surpresa de pegar quase 20 km de terra (em piso bom) em trechos esparsos. Eu gostei, porque espantou o sono.

4) Gostaria de falar algo importante sobre nossas viagens (esta foi minha décima pra fora do Brasil). Seguramente, todos nós seis estamos voltando pra casa com a alma mais depurada. Esses exercícios de compartilhamento da estrada; de parceria; de paciência que temos que construir entre nós; de gentileza, que é fundamental em nossos atos e falas;  de aceitação das diferenças e do cuidado com o outro, foram essenciais para que tudo corresse bem. É complicada a convivência por um período de 24 dias, com pouquíssimo tempo de descanso e de privacidade. Acho que cumprimos bem nosso papel de cuidar de nós mesmos pra que não houvesse problemas de relacionamento. Eu acredito (falo por mim exclusivamente) que os desafios nos ajudam a crescer e a aprimorar nosso espírito. Quando focamos em algo, quando controlamos nosso humor, quando engolimos um sapinho aqui e acolá, quando suprimimos nossa vaidade, quando exercitamos nossa paciência e cordialidade, estamos "evoluindo", saindo do modo robotizado com que nos acostumamos a levar a vida. Vejo essa existência como parte de um processo maior, mais amplo, de caminhada para Deus. Falo isso ainda envolvido pela emoção de ter chegado em casa feliz. Por não aceitar uma vida banal e pequena, mas realizando sonhos e construindo amizades. Sinto-me abençoado pela oportunidade de estar aqui fazendo tudo isso.

5) Estou sem celular desde o dia 27/12 (acho que esqueci na pensão em El Alto, na Argentina). Fiquei bastante chateado de perder o contato com minha filha, amigos e parentes. É impressionante nossa dependência desse aparelhinho. Acabei descobrindo que não sei de cabeça nem o telefone da minha própria filha. Estava tudo lá: meus contatos, minha agenda pessoal e 2500 fotos e vídeos. Mas consegui me "desapegar" e relaxar. Até esse tipo experiência (acho) nos ajuda a crescer.

6) Então, amigos, é hora de encerrar este blog. Agradeço o carinho e a paciência dos que nos acompanharam. Até a próxima.

PS.: Gilson e Paulo Amaral chegaram às 22h do dia 17/1 e Zael chegou no dia 18/1. Veio pilotando sozinho pelos 3100 km que separam Rio Branco/AC de Brasília.

Em Goiás

Anderson e Marcus em GO

Estradas goianas

Cerrado goiano

Estrada de terra chegando em casa, nas proximidades de Pirenópolis

Estradinha de terra perto de Pirenópolis

Parada para almoço, antes de chegar em casa