Dia 8/1/2018, segunda – AREQUIPA (Peru) a AYA VIRI- 355 km hoje. Total de 6.904 km rodados desde Brasília (sendo 1636 no Brasil, 2160 na Argentina e 2349 no Chile e 759 km no Peru)
1) Saímos de Arequipa cedo, já preparados para encarar engarrafamento na saída da cidade. Assim fomos. Demoramos 2h pra fazer os primeiros 84 km, respirando fumaça de óleo diesel dos caminhões à frente. Já estávamos a 3500 m de altitude e continuamos subindo a cordilheira até 4400 m. Atravessamos o Parque Nacional do Colca já sem trânsito, acolhendo a sugestão do nosso guia Harold.
2) Uma coisa é certa. Os Andes peruanos são lindos. Diferente do que vimos até aqui, onde prevalecia cascalho e areia, as montanhas andinas do Peru são verdes, cobertas por gramínea extensa, que serve de pastagem para lhamas, guanacos, vicunhas, cabras e vacas, que ficam ao largo da pista.
3) HOJE FOI UM DIA DURO!!! Além de chuva de água e de gelo, frio de 6 graus (sensação térmica abaixo de zero), a moto do Zael, uma Honda Africa Twin, começou a falhar pelo caminho. Nossa média de viagem foi bastante reduzida por causa disso.Também erramos a entrada de um atalho de rípio que deveríamos ter tomado em direção a Sicuani. Seriam apenas 2 km de rípio, que nos poupariam 75 km de estrada e a passagem por dentro da famigerada Juliaca. Nosso grupo nesse momento estava disperso, e passamos do ponto de entrada do atalho (que não constava do GPS).
4) Quando tentamos sair de Juliaca, observamos que o único trajeto possível para Cusco (bem no centro da cidade) era por intermédio de dezenas de buracos enormes (alguns até caberiam um caminhão de carga inteiro) cobertos de água e lama. Não dava pra saber a profundidade. Seguimos os tuc-tucs obedecendo ao raciocínio lógico de que onde passa um tuc-tuc, também passa uma moto. Assim fomos, a menos de 10 km por hora, com as rodas da moto semi encobertas pela lama, morrendo de medo de cair. Anderson, nosso jovem parceiro, "o filósofo", sempre diz que "tudo é uma questão de ponto de vista". Sempre temos a oportunidade de ver as coisas pelo lado positivo ou negativo. Baseado nessa premissa, olhando pelo lado "positivo", concluímos que "Juliaca é um dos piores lugares do mundo!". Chato concluir isso, porque é passagem obrigatória para quem vai para o Lago Titicaca e Cusco. De modo geral, o Peru piorou muito desde a última vez que estive aqui, em 2010. A favelização das cidades andinas é notória. Parece que o Estado se esqueceu de Juliaca. Ruas esburacadas, lama, lixo nas ruas e um trânsito maluco que não dá pra entender.
5) A noite nos pegou pelo caminho com chuva e muito frio. Não avançamos muito. Tivemos que parar em uma vilazinha chamada Aya Viri e nos hospedamos em mais um hostal mequetrefe pelo caminho. Sem água quente, sem wifi e sem café-da-manhã, a um custo de 25 soles por cabeça em quarto compartilhado. Vale lembrar que a moeda peruana (sol) vale R$ 1,25.
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Lago nas proximidades de Juliaca |
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Lago nas proximidades de Juliaca |
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Artesanato pelo caminho |
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Na estrada para Juliaca |
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Tuc-tucs |
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Tuc-tuc |
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Tuc-tuc |
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